O Corpo Exige

Presto distraída atenção ao meu corpo.
O que me pede, eu faço.
Às vezes, não entendo logo suas ordens, mas
cedo sempre.
Me achego a ele e indago:
-O que queres? Ah, é isso? Então, concedo.
Sempre que eu resisti
um de nós saiu-se mal.


Nas 24 horas do dia, ele pede,
e quando cala, fala
num discurso de sonhos
que me abala.


Ele sabe. Eu sei que ele sabe,
e sabe antes de mim, e nele
eu sei dobrado, sou um-e-dois
como os dois cortes de um sabre.

1 comentário:

  1. Muy buenas tardes Affonso.Eu sou argentina. Morei muito tempo em SPaulo. Voltei para minha terra no ano pasado. Admiro teu estilo lírico. Tua diversidade temática tuas metáforas singulares e teu olhar das coisas. Te felicito. Você consegue equilibrara naturalidade verbal com palavras cultas. Ao ler tuas obras se percebe tua formação e teu aroma poético. Abraćo!

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